Editorial

Desespero

Os pré-candidatos ao governo rumo ao pleito de 2 outubro têm pouco mais de 70 dias para sensibilizar, motivar e mobilizar os mais de 4,7 milhões eleitores goianos. É pouco tempo, no qual será impossível gerar aceitação no eleitorado com abordagens, apertos de mão e tapinhas nas costas.

Segundo o especialista em marketing político Marcelo Vitorino, para um aspirante a cargo executivo alcançar o coração do eleitor é preciso no período não eleitoral permear veementemente o público alvo.

O governador e pré-candidato à reeleição, Ronaldo Caiado soube trabalhar isso muito bem. Em 2016, quando atuava como senador, ele foi presença marcante nos palanques de quase todos os prefeitos do Estado.

Devido a esse exercício anterior, em 2018, o nome de Caiado estava fortalecido na mente e no coração dos goianos, o que o levou à vitória no 1º turno.

Na pesquisa Serpes/O Popular divulgada na última sexta, 15, Caiado desponta em 1° lugar, com mais que o dobro das intenções de voto do 2° colocado, o ex-prefeito Gustavo Mendanha.

A desesperada tentativa de Mendanha para criar empatia com o eleitor dentro desse prazo curto está escancarada na agenda divulgada pelas suas redes sociais. Nasce a pergunta: como é possível que em apenas um encontro que o eleitor seja convencido a votar em um candidato?

A comunicação bem-sucedida nasce quando se assimila verdade no discurso. Forçar a empatia leva a quebra de confiança e frustra as tentativas de gerar alguma sensibilidade e mobilização favoráveis. Mendanha poderia mostrar os feitos de seus 2 mandatos como prefeito da segunda maior cidade goiana. Só que há um agravante, leitoras e leitores, obras “pensadas, projetadas e executadas” em sua gestão são inexistentes.

Ruas na poeira, crianças sem creches e o fantasma da fome são retratados quase diariamente na mídia aparecidense. Sim, há muitos deles ameaçados pela fome, e que, se não fossem os programas sociais dos governos federal e estadual, viveriam uma situação de miséria absoluta.

Nesta pré-campanha, o povo tem direito à transparência, números confiáveis, relatos tangíveis e depoimentos espontâneos. Frente às necessidades socioeconômicas e de infraestruturas seríssimas que a Aparecida ainda vive, não é só o aparecidense que está desesperado, seu antigo prefeito também.

 

Por: Fátima Toledo

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo