Prefeitura de Goiânia diz que derrubada de árvores no terreno da avenida 136 é legal e não compromete nascente
Questão ganhou destaque quando 86 árvores foram derrubadas e Associação dos Moradores do Setor Sul denunciou que havia uma nascente no local
Há cerca de 15 dias a derrubada de 86 árvores em lote na avenida 136, no Setor Sul, em frente ao Setor Marista, em Goiânia gerou bastante polêmica. Após uma denuncia da Associação dos Moradores do Setor Sul denunciou, que afirmou que havia uma nascente no local, o Conselho Regional de Arquitetura – CAU; o Ministério Público Estadual e um grupo de vereadores de Goiânia, liderados por Leandro Sena, buscaram explicações junto aos órgãos responsáveis.
Nesta segunda-feira, 6 de março, a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), órgão da prefeitura de Goiânia, se pronunciou sobre o assunto, por meio de uma nota à imprensa, enviada ao site Mais Goiás, e informou que a derrubada das árvores foi completamente legal e foi autorizada em conformidade com a legislação vigente e após a assinatura do Termo de Compensação Ambiental (TCA).
A empresa responsável pelo terreno fez a doação de 3.150 mudas de árvores nativas do Cerrado para o reflorestamento de áreas degradadas na capital, como já havíamos publicado, após ouvir Igor Sebba, um dos sócios da IS Marista, que comprou o terreno em um leilão do Governo Federal ocorrido em setembro do ano passado.
A nota da Amma diz ainda que “as árvores retiradas no terreno na Av. 136 no setor Sul não fazem parte da Área de Preservação Permanente (APP) considerada nascente do Córrego dos Buritis, salientando se tratar de propriedade privada”.
Por meio da nota, a Amma esclareceu ainda que a retirada das árvores da área que foi leiloada pela União foi autorizada, conforme a legislação vigente e laudo de vegetação apresentado e assinatura do Termo de Compensação Ambiental (TCA) e que, por isso, a Amma recebeu a doação de 3.040 mudas de árvores nativas do cerrado que são utilizadas em reflorestamento de áreas degradadas na Capital.
O que a IS Marista disse para o Diário de Aparecida
Igor Sebba, diretor do Grupo IS Marista, responsável pelo terreno da Av. 136, em Goiânia, disse que as árvores que estavam no terreno não eram árvores nativas. Segundo ele, eram árvores que já haviam sido plantadas anteriormente e, que muitas delas, já estavam caindo sobre os muros, durante as chuvas.
Ele disse ainda que essas árvores foram plantadas para fazer sombra para um campo de futebol que havia no local. “Como elas eram podadas apenas pelo lado de dentro, quem passava pela rua tinha a impressão que era um bosque fechado de árvores, mas, na verdade, elas estavam lá para fazer sombra para o campo de futebol”, explicou.
O empresário destacou ainda que o Grupo IS Marista tem todas as autorizações e fez toda a documentação de acordo com o que pede o novo Plano Diretor de Goiânia. Ele destacou que o início do trabalho foi autorizado na última semana de janeiro, quando o novo Plano Diretor já estava em vigor.
Igor esclareceu ainda que o local não é uma Área de Proteção Permanente (APP), que são locais que estão até 100 metros às margens das nascentes de água. “A nascente está há 350 metros e fica no Clube dos Oficiais. A essa distância ela está totalmente fora do raio de qualquer legislação para nascente”, explicou.
Sobre a “supressão das árvores”, que é o termo técnico para a derrubada, ele destacou que todo o trabalho foi feito dentro de toda a legalidade e seguindo todas as orientações da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA). “Antes de iniciar fizemos inclusive a compensação ambiental com a doação de 3150 árvores para a AMMA. Eles pediram 3040 e nós doamos 100 árvores a mais para fazer a compensação ambiental para a prefeitura. Essas mudas a prefeitura de Goiânia vai plantar em áreas degradadas do município”, explicou.