Marconi Perillo crítica ‘estado policialesco’ em Goiás

Marconi Perillo, ex-governador de Goiás,  disse que Goiás vive um “Estado policialesco” e acusou o atual governador Ronaldo Caiado (UB) a seguir todos os ensinamentos de “As 48 Leis do Poder”, um clássico da literatura política, que utiliza exemplos de pensadores como Maquiavel para ensinar como um governante deve agir.  Ainda, de acordo com o ex-governador, há quase 20 anos, Caiado o presenteou com uma edição deste livro.

“O atual governador do Estado foi ao Palácio das Esmeraldas e me entregou um presente, acho que de aniversário, um livro chamado ‘As 48 Leis do Poder’, com uma dedicatória, inclusive. E ele me recomendou: ‘Leia várias vezes esse livro e aplique tudo que está sendo recomendado por esse livro maquiavélico’”, recordou.

Marconi disse que não leu o livro e acusou Caiado de ler e colocar em prática os ensinamentos. “Eu não tenho dúvida de que, ao longo desse tempo, ele não só leu centenas de vezes, como decorou as 48 leis do poder para realizar, uma vez no poder, todas as formas de maldade e perseguição em relação aos seus adversários”, complementou.

O ex-governador disse que depois que ele deixo o governo um  “Estado policialesco” foi instaurado em Goiás. Segundo ele, o estado de Goiás está perdendo milhares de empregos e bilhões de investimentos em função da insegurança jurídica”.

Coletiva de Imprensa

As falas de Marconi Perillo foram ditas em uma coletiva de imprensa que ele convocou para falar que os processos sobre obras rodoviárias e concessão de incentivos fiscais ao setor sucroalcooleiro durante seus mandatos  foram arquivados pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e Ministério Público do Estado de Goiás de Goiás (MPGO).

Ainda de acordo com Marconi, os bloqueios de seus bens oriundos dessas ações resultaram em uma grande confusão na cabeça de algumas pessoas, que ouviam o assunto na televisão e acabavam imaginando que ele teria feito algo de errado.

“Para se ter uma ideia, no conjunto, foram solicitados bloqueios de bens meus no valor de quase R$ 7,5 bilhões. O que as pessoas pensam? Se está bloqueado, é porque tem esse dinheiro. É porque roubou, é ladrão. Isso acaba ficando no inconsciente das pessoas. Sofri todo esse tipo de massacre”, desabafou. “E não era verdade. Não havia dinheiro algum. O salário que recebo em meu trabalho na iniciativa privada, gasto tudo com o sustento de minha família. E não tenho patrimônio desse tamanho, também”.

Ações

O TCE-GO encerrou, por unanimidade, processo a respeito da Tomada de Contas Especial instaurada pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) relacionada a obras de pavimentação de trecho da GO-230 entre Água Fria de Goiás e Mimoso de Goiás. Já o MPGO arquivou, após seguidas derrotas na Justiça, uma série de ações que dizem respeito a benefícios fiscais concedidos ao setor sucroalcooleiro do Estado.

 “Há uma indignação muito grande da minha parte pela injustiça que sofri ao longo do tempo, especialmente depois de ter trazido 24 indústrias de etanol e açúcar para gerar mais de 100 mil empregos para o Estado e ter levado como consequência 24 ações de improbidade por conta de promotores, que, na verdade, tinham um único objetivo: macular o meu nome, a minha história, a minha biografia e me perseguir”, afirmou.

“É um absurdo, uma inversão de valores. Você trabalha, trabalha, trabalha, vai à luta, consegue, com dificuldade, trazer as empresas para gerar emprego, para industrializar o Estado. O que você recebe é uma perseguição perversa, implacável, como a que eu recebi. De repente, fica tudo claro e comprovado de que isso nunca deveria ter acontecido, de que essa perseguição não poderia ter razão de ser, e o próprio Ministério Público pede desistência dessas ações todas”, acrescentou o ex-governador.

(Com informações da assessoria)

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