Casos de Hanseníase em Aparecida de Goiânia estão acima da média nacional
Em Aparecida de Goiânia, a média de casos novos de hanseníase diagnosticados é de 29%, Número está acima da média goiana e média brasileira
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa. No passado ela foi chamada de lepra. É considerada uma das doenças mais antigas da humanidade. Há relatos de casos desde 600 a.C.. Inclusive na Bíblia, que é considerado o livro mais antigo do mundo, relata diversos casos de leprosos.
Mesmo existindo a tanto tempo, a doença ainda é um grave problema de saúde pública, especialmente no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país possui os maiores números da doença na América. O país ocupa ainda o segundo lugar no mundo em número de infectados, perdendo apenas para a Índia.
Destes 19,9 mil com grau 2 de incapacidade física, que é o mais grave. Entre 2019 e 2021, Goiás registrou 3.205 casos de hanseníase. O Estado ficou como oitavo com maior prevalência no Brasil. Os dados são do Ministério da Saúde (MS).
Em Aparecida de Goiânia, a média de casos novos de hanseníase diagnosticados é de 29%. O número é maior que a média goiana que é 16,4% e que a média brasileira que é de 10,2%. A faixa etária mais afetada está entre 50 e 59 anos em Aparecida de Goiânia. Seguida pelo público de 40 a 49 anos.
O Ministério da Saúde alerta que com a chegada da pandemia de Covid-19, em março de 2020, foi observada queda acentuada no diagnóstico e tratamento de casos, quando comparado a 2019. E, até hoje, praticamente três anos depois os números estão em baixa.
O Governo Federal alerta que as pessoas deixaram de ir ao médico ou a Unidade de Saúde fazer a prevenção e o tratamento. O que é bastante grave.
A dermatologista Priscila Chaves destaca que a hanseníase tem um quadro preocupante no Brasil. A doença é contagiosa. O maior número de infectados está na população mais carente e em famílias que convivem com muitas pessoas aglomeradas na mesma casa.
Para a Organização Mundial de Saúde a doença é negligenciada pelo poder público e sua gravidade é subestimada. Em relatórios, a OMS pontuou que é preciso investimentos públicos em saúde e melhoria das condições sociais.
Para a Organização Mundial de Saúde, a hanseníase está alastrada pela falta de atenção das autoridades quanto a essa situação. “A aplicação de verbas adicionais pode salvar vidas e acabar com o sofrimento”, pontua a dematologista Priscila Chaves.
A especialista pontua ainda que a tendência é piorar, caso não seja difundida a detecção e o tratamento precoce dos doentes. “”Só assim conseguiremos controlá-la e evitar as sequelas, que muitas vezes são incapacidades neurológicas nos membros, que limitam a pessoa de exercer suas atividades diárias, podendo levar a invalidez”, salienta.
A doença
A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. A doença afeta principalmente nervos periféricos e a pele. As complicações da enfermidade podem levar a incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e nos olhos e pode afetar órgãos internos como mucosas, testículos, ossos, baço, fígado. Se não tratada sua evolução é lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas.
A transmissão
A doença só é transmitida após um contato muito próximo e frequente. Ou seja, pessoas pessoas do convívio diário são os transmissores.
A infecção acontece por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da doença. Por isso todas as pessoas que convivem ou conviveram com o doente devem ser examinadas.
Atenção aos sintomas
O sintoma inicial mais frequente é o aparecimento de manchas únicas ou múltiplas na pele, com alteração de sensibilidade. Além disso, inchaço nas mãos e pés; dormência ou dor nas extremidades destes orgão também acontece muito.
Outros sintomas que devem ser levados em conta são: alteração ou perda da sensibilidade ao calor e ao frio; fraqueza muscular dos membros; obstrução nasal persistente e até alteração da visão.
“É comum que as pessoas com hanseníase não sintam queimar a pele no fogão, percam o chinelo ao caminhar, tropeçam frequentemente e machuquem o pé no calçado sem perceberem”, detalha a dermatologista.
SUS oferece tratamento
A doença tem cura. A especialista Priscila Chaves explica que se a pessoa completa todo o esquema de tratamento com comprimidos, conforme proposto pelo médico de acordo com cada caso, ela é curada.
As cartelas do medicamento são oferecidas gratuitamente pelo SUS nos postos de saúde, assim como todo o acompanhamento, consultas e exames. Caso tenha demorado a procurar ajuda e tenha ficado alguma sequela, ele precisará de reabilitação, também oferecida pelo SUS”, explica.
Onde buscar tratamento em Aparecida de Goiânia
Em Aparecida de Goiânia, a Prefeitura Municipal, informa que qualquer que perceba um dos sintomas da Hanseníase deve procurar uma das Unidades Básicas de Saúde para realizar diagnóstico de Hanseníase.
Os exames para confirmação são realizados no Laboratório do Cais Nova Era e os resultados são enviados à unidade que realizou o pedido. O acompanhamento e tratamento do paciente com resultado positivo também é feito nessas unidades.
Leia também: Gêmeas siamesas foram separadas e seguem na UTI