Aparecida

Cerca de 13% da população aparecidense já teve Covid-19, revela levantamento

Com os casos de pacientes assintomáticos e os que não contaram com ajuda médica, é difícil calcular com exatidão quantas pessoas a pandemia da Covid-19 já afetou em Aparecida de Goiânia. Levantamento do Diário de Aparecida, com base nos dados de terça-feira, 20, do Painel do Coronavírus do município, revela que 12,82% da população aparecidense contraiu o novo coronavírus (SARS-CoV-2), com 75.685 casos confirmados, o que deixa a maior parte das pessoas ainda desprotegidas e vulneráveis ao patógeno. O jornal utilizou as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja estimativa populacional de Aparecida para 2020 foi de 590.146 habitantes.

De segunda, 19, para terça-feira, 20, foram confirmados 173 novos casos na cidade. Até terça-feira, Aparecida possuía 819 casos ativos, que estavam hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. O município realizou 332.326 testes de diagnóstico de Covid-19, significa que 22,77% deles deram positivo. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município, 1.476 pessoas vieram a óbito em decorrência da doença. A taxa de ocupação de leitos gerais (pública e privada) de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento da Covid-19 estava em 76%.

Em proporção populacional, o índice de casos confirmados em Aparecida está acima das médias estadual, nacional e da circunvizinha Goiânia. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informa que há 713.243 casos de doença pelo coronavírus 2019 (Covid-19) no território goiano, o que corresponde a 10,02% dos habitantes. A nível Brasil, 9,17% dos moradores foram infectados, com 19.419.437 casos confirmados, de acordo com o Ministério da Saúde. Já na Capital, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde, 180.268 goianienses contraíram o novo coronavírus, o que significa 11,73% da população total.

Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia identificou ao menos 12 linhagens diferentes de Covid-19 que circulam no município. No entanto, apenas as linhagens Alfa (originária do Reino Unido), Beta (identificada na África do Sul), e Gamma (variante do Brasil) são consideradas “novas cepas” e preocupam a Organização Mundial de Saúde (OMS). Essas três variantes já foram identificadas na cidade.

A cepa chamada Delta – que foi identificada na Índia e é responsável pelo aumento de números de casos de Covid-19 em diversas partes do mundo – ainda não foi encontrada em Aparecida, mas na circunvizinha Capital sim. Uma paciente foi identificada e isolada. Por enquanto não se trata de transmissão comunitária. Sabe-se que ela pegou o vírus depois de ter contato com uma pessoa de Moçambique.

A predominância das variantes em Aparecida é da Gamma, com 75%. Foi essa variante responsável pelo aumento substancial de casos em meados de março, com consequente ocupação de mais de 100% nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19 na cidade. A variante Alfa é a segunda com maior presença detectada: apenas 2%.

A diretora de Avaliação de Políticas de Saúde de Aparecida, Erika Lopes, explica que o coronavírus Sars-Cov-2 é de RNA e, por isso, bastante propício a sofrer mutações. Exatamente por isso, o trabalho de monitoramento é essencial para evitar qualquer tipo de “escape”. Ela aponta que a Secretaria Municipal faz testes constantes na população e mantém um banco de dados com sequenciamento genético.

A reportagem do DA mostrou recentemente que o município descobriu 13 casos de reinfecção por coronavírus, através do sequenciamento genômico realizado pela prefeitura. São nove mulheres e quatro homens, com idade média de 36 anos, que tiveram contato duas vezes com a Covid-19 e apresentaram sintomas. Os casos foram descobertos a partir de testes e encaminhados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para análise.

Ao todo, a Secretaria Municipal de Saúde produziu sequenciamento genômicos em 767 amostras colhidas a partir de 300 mil exames RT/PCR realizados na cidade. Com isso, foi possível identificar as reinfecções. Nenhum dos casos registrados de reinfecção, entretanto, precisou de internação.

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