Editorial

2 de outubro

O cenário para as eleições estaduais está praticamente definido, afora surpresas de última hora, que não podem ser consideradas, por ora, porque surpresas não se preveem. O governador Ronaldo Caiado, montado em uma aprovação espetacular que oscila entre 55% e 62%, vai para a reeleição enfrentando uma oposição debilitada e consumida por uma fragmentação simplesmente incontornável entre o deputado federal Major Vitor Hugo e o ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, com o ex-governador Marconi Perillo correndo por fora e o ex-reitor da PUC Wolmir Amado fazendo figuração.

O cruzamento entre os índices positivos da avaliação de Caiado com os seus percentuais de intenções de voto comprova que o governador está potencialmente a caminho da vitória. Isso é mérito dos êxitos alcançados pela sua gestão: o antigo Caiado defensor do agronegócio permanece vivo, mas surgiu um novo, que faz o governo que trouxe a paz social para Goiás e reduziu drasticamente todos os índices de criminalidade, implantou os programas sociais mais consistentes da história do Estado, a favor dos pobres, e promoveu uma inacreditável recuperação fiscal, com o fim do desequilíbrio entre receitas e despesas que levou todos os governos anteriores ao naufrágio, no final das contas.

O cenário que se desenha para a eleição também favorece Caiado. Dos seus três hipotéticos adversários, dois parecem inviabilizados desde já: Mendanha, por não ter propostas e ideias para o futuro de Goiás, e Marconi, pela sua monumental rejeição, caso se arrisque a se lançar na corrida pelo Palácio das Esmeraldas, o que dificilmente fará.

Um e outro estão condenados à desidratação em razão da candidatura do Major Vitor Hugo. Atenção, leitoras e leitores: não desprezem o Major: a base bolsonarista é forte em Goiás, deu uma vitória acachapante para o presidente sobre o petista Fernando Haddad em 2018 e, aos poucos, vai empalmar Vitor Hugo.
Porém, parte do bolsonarismo estadual fica com Caiado, atendido pelo seu perfil ideológico, como as forças do agronegócio, por exemplo, e, incrivelmente, grande parcela do eleitorado que escolhe Lula também ficará, em razão da amplitude dos programas sociais do governo do Estado. É uma conjunção rara, que deixa o governador em uma posição privilegiada, para azar dos seus adversários.

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