Editorial

Politização longe das tropas

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Mais antiga Força Armada a operar no país, a Marinha do Brasil atua na defesa das águas marítimas e fluviais nacionais desde o século XVIII, à época do período colonial. Imagem. Governo Federal.

Referente à participação dos militares no fato do dia 8 de janeiro (8/1) do ano passado, a reflexão que se faz é que o ex-presidente Jair Bolsonaro, como capitão do exército, fez um governo com a participação de muitos  generais da reserva do exército na cúpula administrativa. Isso foi suficiente para que aumentasse a desconfiança da participação de integrantes do exército na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023.

Nas vezes que o ex-mandatário fazia algum tipo de enfrentamento, por exemplo, ao Supremo Tribunal Federal (TSE) ou ao Congresso Nacional, ele declarava “meu exército”, “minhas Forças Armadas”. Dessa forma, os críticos entendem que criou-se um discurso de que ele tinha o apoio irrestrito das Forças Armadas. Porém, ao perder as eleições de 2022 para o atual presidente Lula da Silva, começou-se aquelas aglomerações em frente aos quartéis generais. Assim aumentou a desconfiança entre o atual governo com as Forças Armadas.

A presença dos acampamentos de populares em frente aos quartéis despertou o questionamento de quais eram os reais motivos para que o Exército permitisse que os acampamentos permanecessem. A crítica entende que a tentativa de golpe do dia 8, foi amplamente planejada em especial pelo acampamento do quartel general de Brasília.

Coube ao ministro da Defesa, José Múcio, a tarefa de tentar apaziguar os ânimos e dirimir as desconfianças tanto do lado do governo, quanto dos militares. O ministro pontuou em entrevistas que poderia até haver alguns apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, mas a cúpula da instituição nunca manifestou disposição para embarcar numa aventura incitada pelos bolsonaristas.

Assim, um ano depois, percebe-se que houve um reposicionamento da imagem do Exército e das Forças Armadas em relação de como se deu a atuação destes no dia do vandalismo nos Três Poderes. Em declarações, autoridades afirmam ter sido fundamental o papel das Forças Armadas para evitar que o 8/1 tivesse uma escalada antidemocrática.

Nesta segunda-feira, 08, o ministro da Defesa, José Múcio comparece ao Ato Democrático na Esplanada dos Ministérios em Brasília junto com os comandantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Segundo ele, afastar a politização dos quartéis e das tropas faz parte da missão.

Da Editoria

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