Cuidar das crianças
Voltamos hoje ao artigo que o prefeito de Aparecida Vilmar Mariano publicou em O Popular, exaltando os feitos dos primeiros 100 dias da sua gestão como titular do Poder Executivo municipal. Apresenta ele como avanço na Educação de Aparecida a distribuição de kits de uniformes a 42 mil alunos das escolas municipais e Cmei’s. E ainda garantiu: “Isso é cuidar das crianças, das próximas gerações.”
Não é, sr. prefeito. O problema crucial da Educação aparecidense, no que diz respeito à esfera de atuação da prefeitura e suas obrigações constitucionais, é a gravíssima falta de vagas nos Cmei’s, que a própria administração municipal admite ser de 7 mil vagas, mas o Instituto Rui Barbosa, órgão de assessoramento dos Tribunais de Contas de todo o País, apontou em pesquisa como em torno de 33 mil vagas, em especial para menores de 1 a 3 anos que têm direito à Educação Infantil, mas não a recebem em Aparecida.
Os kits de uniformes tocam a periferia desse desafio, mas não respondem à sua essência: o perigoso déficit que está se abrindo no processo da aprendizagem daqueles que, daqui a poucos anos, estarão às portas das universidades e poderão se encontrar em desvantagem ou despreparados para o ensino superior.
Essa lacuna foi deixada pelo antecessor de Vilmar Mariano, que se omitiu e cometeu a façanha de não construir um único novo Cmei e, portanto, sem enfrentar condignamente a carência da Educação Infantil vivenciada pelas mães aparecidenses. Mesmo assim, mesmo não sendo sua culpa, compete a Vilmar Mariano resolver essa deficiência crônica – executando, por exemplo, a aplicação dos recursos federais que foram destinados ao município pelos deputados federais Prof. Alcides e Glaustin da Fokus, porém, se encontram engavetados por falta de projetos e de iniciativa dos órgãos próprios da prefeitura.
Sabe-se que Mendanha ainda é o senhor todo-poderoso das decisões que importam no município e que ele engessou Vilmar Mariano, que preferiu uma postura de subserviência, acreditando estar pavimentando o caminho para receber mais apoio quando disputar a reeleição em 2024.
Esses grilhões, no entanto, precisam ser rompidos, pelo bem das famílias aparecidenses. Que Vilmarzim saiba encontrar o caminho da afirmação da sua liderança e da sua autoridade como verdadeiro prefeito de Aparecida.