Editorial

Cara de Pau

Poucas cenas nas últimas eleições, encerradas neste domingo, 2 de outubro, foram mais constrangedoras do que as fotos e vídeos mostrando o ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha vestindo camisa amarela ao lado da cabine do TRE, na hora de votar.

Mendanha dava, naquele momento, a sua última e infrutífera cartada para atrair o apoio do bolsonarismo em Goiás, ao qual ele aderiu de última hora na tentativa de dar alguma viabilidade para a sua desestruturada e enfraquecida candidatura ao Palácio das Esmeraldas.

Ele foi rejeitado pelo presidente Jair Bolsonaro, que preferiu apoiar, em Goiás, o projeto do Major Vitor Hugo. Nas redes dos partidários do presidente e do Major, foi achincalhado e xingado o tempo todo, acusado de não ser confiável, chamado de traidor, despreparado e oportunista, sem falar em adjetivos piores.

Com a maior cara de pau, Mendanha insistiu, declarando-se bolsonarista por princípios e se apresentando como conservador, logo ele, um político desfibrado, sem ideologia, sem formação, que nunca leu um livro e que construiu a sua liderança distribuindo cargos por conta da folha de pessoal da prefeitura de Aparecida.

Colheu uma tremenda derrota nas urnas, o que não poderia ser diferente. O eleitorado não gosta de políticos duas caras. Esse, aliás, tem três ou quatro, nenhuma de boa aparência.

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