… e o mal
O mal é uma banalidade para quem o pratica. Ele nega o caráter humano de quem o faz. Implica na inconsciência, talvez falsa, sobre os seus efeitos. É a demência racionalizada que salta de Auschwitz, com a sua sofisticada estrutura industrial de produção da morte construída pelos alemães nazistas.
O mal costumeiramente se disfarça de bem. Observem a atual eleição presidencial brasileira, que colocou o país em uma encruzilhada mórbida. A campanha transformou-se em uma luta do bem contra o mal, quando, na verdade, deveria se resumir a uma escolha entre programas administrativos e políticas públicas mais recomendadas para o futuro da nação. Há um mal presente, travestido de bem.
O 30 de outubro agora será o dia do desfecho de uma cruzada santa. Não deveria ser assim. Por um descaminho, o Brasil se perdeu entre fundamentalismos da fé e da política quando seriam necessários o pluralismo, a igualdade e liberdade, com tolerância e respeito às diferenças. São tempos estranhos.