Polícia

Em Aparecida, Defesa Civil e Dema vão apurar causas de explosão em caldeira de usina de asfalto

Incidente emanou um forte odor que atingiu os ares da região metropolitana

Superaquecimento em equipamento ocasionou o vazamento de óleo. Foto: Divulgação/SEMMA

Por: Suely Carvalho

 

A ocorrência foi registrada pelo Corpo de Bombeiros durante a madrugada de quinta-feira (10), atendendo a moradores dos setores Jardim Olímpico, Jardim Luz, em Aparecida de Goiânia, no Parque Amazônia, Bueno, Pedro Ludovico e outros da capital, reclamando de um forte odor, similar à gás de cozinha, que emanava pelos ares, após a explosão de uma caldeira em uma usina de asfaltos, que usa parte de sua estrutura como pedreira e se encontra localizada em Aparecida de Goiânia.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida (Semma), com apoio da Defesa Civil, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Polícia Civil (Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente) e do Corpo de Bombeiros, foram os responsáveis pela apuração das causas  do mau cheiro que atingiu a Região Leste do município, sobretudo nos bairros da capital que fazem divisa com Aparecida.

O órgão informou ao Diário de Aparecida que ao chegarem no local, a equipe de fiscalização detectou que dentro da pedreira, no Setor Santa Luzia, funcionava a tal usina de asfalto sem o devido licenciamento para operação dessas atividades.

Foi apurado ainda que na madrugada de ontem,  houve superaquecimento de um equipamento da usina, o que acabou ocasionando o vazamento de óleo utilizado na fabricação da massa asfáltica.  Com isso, se deu o  princípio de incêndio, que atingiu parte de um caminhão que estava estacionado no local.

A fumaça decorrente desse acidente, somada ao cheiro da substância que vazou, acabou importunando os moradores. Fiscais da Semma apuraram ainda que a usina na empresa Goiás Asfaltos estava em situação irregular e não tinha licenciamento e foi notificada, autuada e interditada.

“Estamos ainda promovendo os levantamentos. Primeiro atendemos a emergência, agora estamos dando levantamentos secundários da ocorrência. Como, possíveis danos e impactos,  extensão dos danos, caso tenha havido, análise dos danos e impactos e ações de mitigação e resolutividade dos problemas. E ainda o Relatório de Ocorrência, Relatório de caracterização e situação do  local da ocorrência. E não houve vítimas.”,  explicou ao Diário de Aparecida, o Superintendente Municipal de Proteção e Defesa Civil de Aparecida de Goiânia, Juliano Cardoso.

 

Água contaminada pode provocar mau-estar nas pessoas

 

O secretário municipal de meio-ambiente, Cláudio Everson, ressaltou que, “ o lubrificante é parecido com óleo diesel, e é usado em alta temperatura para funcionar as caldeiras que esquentam massa asfáltica, em usinas. É um produto tóxico e temos preocupação porque houve contaminação do solo e do córrego Santo Antônio, que vai para o rio Meia Ponte. Naquela região tem vários ribeirinhos e animais que dependem daquela água”.

Ainda segundo o secretário, a contaminação do solo e da água pode provocar diversos danos ambientais. Daqui para frente, podem aparecer peixes e animais mortos no leito do córrego, por causa do consumo da água. Diante da situação, Cláudio Everson orientou aos moradores da região a não beberem água até sair o resultado das perícias.

“Iremos pedir teste de qualidade da água para liberar o consumo para a região local. E o  infrator tem que tomar as medidas mitigatórias. Se ele causou o dano, ele tem que conter pelo menos a proliferação no leito do rio. É um manancial de grande importância não só para Aparecida, pois ele deságua também no Meia Ponte, que é fornecedor de água para Goiânia”, concluiu Everson.

O delegado estadual de proteção ao Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho, informou que foi instaurado um inquérito para apurar o caso. Para ele, tudo indica se tratar de um crime de poluição, que está entre as infrações ambientais existentes mais graves, com pena de até quatro anos de reclusão. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a água contaminada pode vir a provocar diversos sintomas de mau-estar nas pessoas.

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