Polícia

PC: Amanda Partata queria causar no ex-namorado o maior sofrimento possível

A defesa destaca que Amanda Partata compareceu voluntariamente à Delegacia de Investigação de Homicídios, entregou objetos e documentos e, por intermédio de seus advogados, deu plena ciência à autoridade policial da sua localização e estado de saúde. “As medidas judiciais para preservação e restabelecimento da legalidade serão adotadas oportunamente”, finaliza.

Amanda Partata. Foto. Reprodução/Internet
Amanda Partata. Foto. Reprodução/Internet

A Polícia Civil (PC) divulgou na última sexta-feira (29) a conclusão do caso da advogada suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados, em Goiânia. Segundo a corporação, Amanda Partata comprou a substância usada no crime pela internet.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, o veneno, que não teve o nome divulgado, foi comprado por Amanda uma semana antes do crime. Um vídeo registra o momento em que ela recebe a caixa com a substância pelo elevador de um hotel de Goiânia.

Com a repercussão do caso, o entregador de aplicativo, que deixou o pacote para Amanda um dia antes do crime, procurou a polícia e informou que se tratava de uma substância farmacêutica e química.

“Durante o mandado de busca e apreensão, nós obtivemos fotografias da caixa que foi enviada para a casa dela através de um laboratório, onde foram encontrados essa foto da encomenda no celular da secretária que trabalha na casa da advogada e logo no dia seguinte, a acusada manda essa caixa por aplicativo para Goiânia”, relatou o delegado.

O laudo da Polícia Científica apontou que a substância usada para matar mãe e filho, Luzia Tereza Alves e Leonardo Pereira Alves, foi colocada em potes de doces. Segundo a perícia, a substância ingerida pelas vítimas causou uma intoxicação por envenenamento.

A Polícia Científica disse ainda que dois potes estavam com a substância, que é considerada um veneno ‘potente’ e que foi usado em grande quantidade. Mesmo em pequenas doses, a substância é tóxica e letal, e não tem sabor nem odor, ou seja, não é possível ser percebida.

Segundo a Polícia Civil, a mulher matou o ex-sogro e a mãe dele pelo sentimento de rejeição do fim do relacionamento e vontade de causar no ex-namorado o maior sofrimento possível.

Carlos Alfama afirmou que Polícia Civil tem certeza quanto a autoria do crime e que Amanda ameaçava de morte os familiares de seu ex-namorado desde julho de 2023 por meio de perfis falsos em redes sociais, mensagens e ligações.

O delegado contou que, no dia que comprou o veneno, Amanda chegou a questionar o ex-namorado sobre o maior medo que ele sentia e perguntou se ele sentia mais medo de morrer ou de perder quem ama.

Segundo a Polícia Civil, Amanda Partata vai responder por duplo homicídio e tentativa de homicídio. Ao chegar à delegacia, no dia em que foi presa, a advogada negou ter cometido o crime. Na ocasião, conforme a polícia, ela fingiu passar mal durante o depoimento e ficou nervosa quando o delegado pediu o celular dela. Já no segundo interrogatório, ela ficou em silêncio e, de acordo com o investigador, não demonstrou arrependimento.

Defesa alega ilegalidade de prisão

Por meio de nota, os advogados que representam Amanda Partata informaram que aguardam os desdobramentos das investigações, cujo trâmite é sigiloso, “para se manifestar quanto ao teor das imputações declinadas pela Autoridade Policial”.

“Quanto a prisão da senhora Amanda Partata consideramos que se efetivou de forma ilegal na medida em que realizada no período noturno em hospital onde se encontrava internada sob cuidados médicos”.

Por Eduardo Marques

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