Editorial

Pintou um clima

A 2 semanas da data das eleições em 2ºֻ turno, sucedem-se as pesquisas mostrando que nada muda e que o ex-presidente Lula continua firme na sua vantagem de 6 a 8 milhões de votos sobre o presidente Jair Bolsonaro, conforme mostrou o resultado do 1º turno.

 

Além disso, Bolsonaro segue empenhado em sua trajetória constante como principal adversário de si mesmo. Ele é irrefreável na produção de fatos negativos para a sua candidatura. Neste fim de semana, contou uma lorota sobre um encontro fortuito, na periferia de Brasília, com “menininhas venezuelanas de 14 e 15 anos” que ele suspeitou serem prostitutas. E aí soltou uma frase infeliz: “Pintou um clima”, aludindo possivelmente aos olhares entre ele e as garotas.

 

É difícil para um candidato sobreviver a esses revezes, principalmente um que gosta de se arvorar em “homem de Deus e de família” e ostensivamente se ampara no voto evangélico, uma religião rígida e conservadora quanto a moral e costumes que Bolsonaro faz questão de desrespeitar.

 

Essa coleção de erros e equívocos do presidente, para usar as suas próprias palavras, está levando a uma conclusão ruim para a sua campanha: sim, nesta reta final para as urnas de 30 de outubro, “pintou um clima” no país, mas a favor da eleição de Lula.

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