Editorial

Perda de tempo

Um leitor do Diário de Aparecida encaminhou ao jornal uma reclamação relacionada com a recente visita do presidente Jair Bolsonaro a Goiânia, dia 29 de julho, quando participou da convenção que oficializou o deputado federal Major Vitor Hugo como candidato do partido a governador de Goiás.

 

Protestou o leitor contra o fato de, na sua opinião, a visita não ter merecido a cobertura do Diário da Aparecida – e essa, de fato, não houve, mas justificadamente, ou seja: a editoria do DA entendeu que se tratava de uma ação eleitoral do candidato Jair Bolsonaro e não uma missão de governo, na qual, por exemplo, poderiam ter sido anunciados benefícios para a população goiana ou investimento na economia estadual.

 

Bolsonaro, em pleno horário de expediente, gastou o precioso tempo de um presidente da República para fazer proselitismo político, dando o mau exemplo de circular de moto sem capacete e discursando rapidamente para um plenário vazio, tal como foi a convenção do PL no Clube Jaó.

 

Em resumo: não fez nem disse nada de útil para Goiás. O Diário de Aparecida informa ao leitor insatisfeito que não inclui esse tipo de pauta na sua linha editorial. Quando Bolsonaro vier e isso significar algo de importante para o Estado, as devidas reportagens serão publicadas.

 

Intromissão

 

O eleitorado goiano rejeita com vigor a interferência de políticos de fora no encaminhamento das decisões que adota nas urnas, preferindo escolher seus candidatos com independência, autonomia e conforme os interesses de Goiás.

 

Sempre foi assim. Em seus governos, o então presidente Lula tentou certa vez orientar a eleição de Iris Rezende para o governo do Estado, gerando uma reação tão negativa que não só ajudou a eleger o seu adversário Marconi Perillo como também prejudicou diretamente o próprio candidato que o petista tentava impulsionar.

 

A candidatura do Major Vitor Hugo a governador parte desse pressuposto equivocado: que os goianos votem para atender a recomendação do presidente Jair Bolsonaro e coloquem no Palácio das Esmeraldas um acólito seu, cuja missão seria alinhar o Estado com as diretrizes do “capitão do povo”.

 

Se tivessem mostrado humildade, tanto Vitor Hugo quanto Bolsonaro, inclusive pedindo e não exigindo o voto, talvez pudessem ser atendidos. Mas, como intromissão indevida, jamais.

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